12 janeiro, 2010

logo eu

Passei a minha vida toda construindo um muro. Um muro bem alto, e bem espesso. Difícil de transpor. Pra esconder de todos e guardar algo muito, muito frágil lá dentro, onde ninguém tivesse acesso.
Poucas pessoas conseguiram atravessar esse muro. Muito poucas, eu diria. E o número diminui, a medida que as pessoas precisam ficar do lado de dentro do muro, pra compreender melhor a fragilidade, camuflada na força. Porque, veja bem, não é uma coisa fácil de compreender. Talvez porque eu não facilite, ou porque eu não saiba facilitar. E...sabe de uma coisa? Cansa ficar o tempo todo em guarda, cuidando pra que a construção não desmorone e o trabalho de anos vá por água abaixo. Mas é necessário, eu sei que é.

Até que aparece alguém que me deixa completamente desarmada. Eu baixo a guarda, fico desatenta, maravilhada, hipnotizada. Sabe quando a gente derrama um pote de glitter no ar, e fica parada olhando aqueles brilhinhos e luzinhas todas? Estou assim.
E pouco a pouco, junto com o pó do glitter, eu vejo o muro se desfazendo. Desmonorando, caindo por terra. Até que a nuvem de fumaça formada pelo muro destruído, junto com os brilhinhos me envolva, e cubra tudo, até eu não enxergar mais nada. Não vejo um palmo além do meu nariz, e não entendo nada. E o que é mais assustador, é que eu não estou com medo. Porque, no fundo, eu sempre tive medo. Medo de me entregar aos meus sentimentos. Porque de alguma forma eu já sabia, sabia que eles eram turbilhonados, barulhentos...Talvez estivesse me enganando, tentando mantê-los lá, quietinhos - ou era ignorância mesmo, de nunca ter sentido isso antes.
Mas de alguma forma eu já sabia que gostar pela metade não serve pra mim. Meio-termo é uma palavra que não consta no dicionário da minha vida, e acho que nunca vai constar. Essa é a minha essência: oito ou oitenta, amo ou odeio, ou me jogo ou nem vou.

E estou feliz. Muito feliz. Sabe aquela felicidade que chega a dar vontade de chorar? Aquela felicidade que chega a dar medo, de tão perfeita que é?

O que eu to sentindo é um...bom eu não sei o que é. Aliás, acho que sei. Pela primeira vez, estou pura e genuinamente apaixonada.

15 comentários:

Unknown disse...

Tá apaixonada,tá apaixonada!!!
Meu muro tá caindo tbém,mas meu muro é dos pequenos,um murinho mixuruca,qualquer ventinho já derruba.Não sei se você lembra,mas sou uma pessoa muito dada.

Unknown disse...

Ah e eu vou sufocar esse sentimento bem lá no fundinho do coração e deixá-lo morrer de inanição,porque ninguém merece se apaixonar em pleno verão,ainda mais se não for correspondido,e tenho dito.

Sempre querendo saber disse...

Aí que lindo,que bom,que inveja(Branca,que fique claro)
Quero que meu muro caia tbm,que fique apenas os entulhos e q não demore e eu possa mandar eles embora tbm.
Sou como vc,ou 8 ou 80.Sem meio termo,nada de morno.As coisas por aqui pegam fogo.

Feliz por vc ;)

Guilherme disse...

Não pude deixar de lembrar do filme... the wall. Como uma metáfora pode ser tão universal, e explicar com tão poucas palavras, tanto?

Bom, vou parar de divagar. Realmente, construir o muro consome muita energia. Vejo tantas pessoas que não se preocupam com isso, que tem muros pequenos, ou que nem percebem a necessidade de um muro.

O interessante, é que normalmente essas pessoas tem uma essência tão pobre, tão trivial, que realmente não vale a pena construir um muro para proteger.

Mas existe o oposto. Pessoas que se dedicam a construir um forte, uma muralha. Pessoas que assustam as outras em um primeiro momento, que são fortes, decididas, agressivas, impenetráveis.

E são justamente essas, que quando o muro desvanece, apresentam a essência mais sensível. São pessoas que SENTEM, não pela metade, mas com toda a força. Com toda a intensidade. Essas, precisam construir um muro por uma questão de sobrevivência. E, quando um acaso fortuito permite que se conheça uma pessoa assim, e mais ainda, que ela permita que você atravesse as muralhas (e nós sabemos que ninguém atravessa uma muralha sem consentimento), isso se revela uma das experiências mais gostosas, mais cheia de encantos que alguém pode vivenciar.

E, quando uma pessoa assim, diz exatamente o que você esta pensando, quando alguém te entende tanto, apenas por ser exatamente igual, é impossível não se apaixonar.

Como diria o Rei - "Darling so it goes some things are meant to be"

Caminhante disse...

Não tenho o que falar sobre o assunto depois de tudo o que disseram. Então, só deixo o meu:

\o/

Gabiii disse...

oiinnn piiirma...=))))

Neil disse...

Óun Siiiiiiiiiilllll *.*

Catupiry disse...

*aperta*

Deise Duarte disse...

Os muros podem te proteger dos outros, mas nunca de você mesma e do que você escolhe colocar dentro de ti, e do muro.
Eu acredito que o potinho de glitter tem que ser despejado devagar, para que tu saboreie cada partícula brilhante. Ou de uma vez só, para que tu nem saiba para que lado olhar.

Eu me apaixono a cada cinco minutos. Não tenho muros, pensando bem, nem um portãozinho com tramela, eu tenho.

felicidades!

.ana disse...

pois é... logo tu, silvia! hahahah
mas que coisa boa, isso dá um novo ânimo pra vida. ;)
[mas tb sou meio desse jeito... mt difícil dar o braço a torcer, ou deixar os muros caírem. algumas pessoas me vêem como forte, mas minha fragilidade está aqui, bem cercada...]

beijos!!!

Sissi disse...

Que liiiiiiiiinda!!! Curiosamente escrevi um post sobre ser intensa e Dona Farta sobre ser 8 ou 80. rs.
Até as palavras que escolheu em seu post demonstram essa alegria que só os apaixonados podem desfrutar. (E eu quero saber de tuuuuuuuuuuuudo).
Te adoro!!! Beijos e beijos e beijos!!!

hens disse...

eu nunca tive muro também... nem degrau... comigo é tipo uma esteira: a pessoa pisou, eu já carrego(e como eu sou idiota, na maioria das vezes levo ela pro outro lado, e deixo ela lá)...

Madame disse...

Que lindo que o muro está desmoronando! As vezes a gente tem que descontruir para construir, não é?
Aproveite!
Beijos!

Caco o sapo disse...

Mal de ariano com tigre de fogo isso,tbm sou assim,ou caio de cabeça ou nem dou bola

Ciganinha disse...

Aiii que fofis Silllll, amei o que tu escreveu!!! Acredito que estar nesse estado de paixonite seja ótimo...mas eu, no meu momento, prefiro ficar atras do meu muro, e cada vez mais alto.. forte eu não diria, mas junto com cada tijolo que eu coloco, resolvi fazer uma porta, chaveada é claro... as chaves perdi... e as cópias escondi de mim mesma, pra que eu não cometa o infeliz erro de entregar ao primeiro idiota que passe!!!Rsrsrsrs...

Bjo grande =D

 

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