28 outubro, 2009

be happy

Numa das inúmeras paradas pro cafezinho, no trabalho, eis que começam a falar de religião: “Não entendo, como essas pessoas que não acreditam em Deus, não tem religião, não crêem em nada, são felizes? COMO eles vivem bem? Não faz sentido!” – e eu, lá, ouvindo, quieta. Juro que estava. Aí eles vêm e pedem a minha opinião...

Eu disse que o fato de eu ser feliz ou não, não depende de Deus. Não é o conforto das palavras que um padre/ pastor/ livro prega, que vai me trazer felicidade. Isso só depende de mim, e mais ninguém. Sou eu quem determina ser feliz em cada situação e momento da minha vida. Pra mim, o que não faz sentido é depositar a minha felicidade em cima de uma religião, pessoa, ou divindade – nesse caso, é certo que eu estaria com sérios problemas (pensaria logo no Transtorno Bipolar, coisa de família, sabe. Assunto íntimo que eu conheço bem). Mas o principal desses problemas é o de não assumir responsabilidade pelos meus atos. Afinal, é muito fácil agir feito uma imbecil e colocar a culpa em outra pessoa – ou depois de fazer a caca, pedir perdão a um ser que tem todos os poderes dos X-Man, Conan, e Smallville reunidos e ficar sossegada, pronta pra outra.

O que EU não entendo é como dá pra ser feliz com a sombra do Onipresente no teu pé, vigiando tudo o que tu fazes, das coisas mais banais às mais horrendas, anotando num caderninho todos os teus pecados, pro dia do Juízo Final, ele jogar na tua cara tudo o que tu fizeste em vida. Sei lá, a fome das crianças na África não é mais importante pra ele se preocupar, do que se eu passei a noite em luxúria?
Aí eu me pergunto (desde pequena): MASUÉ! Não é ele que perdoa todos os nossos pecados? Quer dizer, posso sair por aí matando a rodo, porém tenho uma chance no Reino das Nuvens Fofinhas... Mas se for estuprada e fizer um aborto, sou excomungada? Que porra de critério é esse, neguinho? Padrão analítico que é bom, nada, né?

E olha...se esse Deus existir, vou chegar na cara dele e dizer: tu és, disparado, o cara mais sarcástico e non-sense que pude conhecer. E se quiser me mandar pro Inferno, fique à vontade...porque pra mim aquilo é um resort de verão.

5 comentários:

Caminhante disse...

Eu acho que são felicidades diferentes. Ser responsável tem seus prazeres, que você já descreveu. Ter alguém que "fica no seu pé", tem a felicidade de um porto seguro, de fazer parte de um BBB divino, até mesmo uma certa irresponsabilidade.

Unknown disse...

Falou e disse.Tenho em conta que acreditar em um ser superior deixa as pessoas fracas,prefiro acreditar em mim mesmo.

Catupiry disse...

Que show =D
Falou tudo e mais um pouco Sil!!!

Cris

Renata disse...

Sabe o que é a gente a-do-rar um texto? Então, amei. Eu sou católica, acredito sim em anjos, santos e Deus. Mas não vou à missa e nem saio falando sobre isso pq, sabe? Eu acho que o jeito como os discípulos passam as coisas pra gente tá tudo errado. Quem me garante que o Papa conversa com Deus? E quem me garante que os romanos, opressores do paganismo, estavam certos quando mataram as 'bruxas' porque a religião deles era superior? Eu acho que os humanos é que são mesmo todo o problema, sabe? Papa, bispo, padre e o escambau. Tudo um bando de gente que não tem o que fazer. E olha que eu não vou nem me estender pra falar sobre os evangélicos, espíritas, testemunhas de Jeová, Mórmons, Adventistas, seicho-no-ies e o escambau. Porque a minha opinião ainda é bem pior.

Beijo.

Unknown disse...

Nossa mta coisa que tu falou eu acho certa, mas não tudo, pq eu acredito na presença de Deus e mesmo que tenhamos todas essas catastrofes e esse monte de desgraça no mundo, não é castigo, é consequencia dos próprios atos do homem.
É questão de livre-arbítrio.
bjs

 

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