Meu primeiro contato com música foi com um pianinho de madeira, e com a coleção de LPs que o pai tocava no National dele. Quando eu brincava de Lego, ele colocava Accept só pra me ver escondido cantarolando as frases em alemão (logicamente, tudo enrolado, eu tava com 4 anos). Lembro que tinha um LP do The Cure, que a capa era um homem velhinho, o “Greatest Hits”, e eu passei os 4 anos da minha infância achando que esse senhor era o Bon Jovi.
Já o disco do Bon Jovi, “Keep the Faith”, eu achava o máximo aquele monte de mãos na capa (mas não entendia porque ali naquele disco ele parecia bem mais novo...).
Ficava agoniada vendo a capa do Whitesnake, com aquela cobra no pescoço da moça - brrrr. E morria de medo do Eddie, então passava os discos correndo quando me deparava com a caveira do Iron Maiden. E quando criança, nunca entendi aquele vulto esquisito do “Black Sabbath Vol 4”.
Dos discos que eu adorava ficar olhando era o “The Top”, do Cure, com todo aquele efeito tie-die; um do Tears for Fears, surrealista, que eles estavam com guarda-chuva, e o “Joyride”, do Roxette, que eu já curtia aquela moça loira com aquele topete espetado e o macacão de couro. Mas o que eu mais gostava e pedia pro pai colocar direto era um do Litlle Richard, porque eu dançava na sala e passava um bom tempo tentando adivinhar como ele mantinha aquele topetão de pé, e como ele colava os espelhinhos na roupa.
Tinha os discos do Rush que eram legais, tentava entender a capa do “Moving Pictures”, um do Supertramp onde a capa é a seqüência coloridinha do Homo Sapiens, os 2 discos dos Besouros (e eu lembro da mãe me ensinando quem era o John Lennon).
O álbum “Stay”, do Oingo Boingo – como eu ria com aquela caveira surfista e colorida! Assim como eu achava aquele moço da bermuda engraçado (“High Voltage” - AC/DC).
Tinha também o álbum da Atlântida FM (da época que tocava Information Society). Roy Orbinson e Dire Straits, os da Tina Turner (eu falava com “u” mesmo – Tuuurner).
E claro, não podia faltar o rock farofa dos anos 80, como Guns, Quiet Riot...
E ainda tem vários que não me recordo agora, bem como uns que eu não ouvi até hoje, como um do Ringo Starr, um chamado Phenomena e outro de uma banda de bluegrass.
Tem gente que aprendeu a ouvir rock com amigos, outros na adolescência, ou com namoradinhos. Só pra dizer que isso não é só uma opção; no meu caso, é fato que faz parte da minha vida. Minha infância é cheia dessas lembranças. E, apesar de ter passado um bom tempo dançando música tradicionalista, fazer aulas de tango e tocar chorinho na flauta, eu nunca deixei, e nunca vou deixar de ouvir o célebre róquenrow. Porque é simplesmente mais forte do que eu. :)
4 comentários:
Filha, eu comecei na vida ouvindo Ramones e daí pra frente... tu é amante de rock como eu, então nem preciso citar grandes exemplos...
Bom texto!
PS: Sobre meu texto, existe uma forma positiva de enxergar a vida sob a otica do braço quebrado, ops digo, a ótica do destino traçado. Imagine que o cara que vai casar com vc já nasceu e está por aí, em algum lugar do mundo. Curioso né?
não vivo sem o eterno róquenrou! hahahahah
comecei beeem novinha tb, ouvindo black sabbath e ad/dc com meu irmão! o.0
[músicas from hell!!!]
beijos, sil!
Passei rapidinho só pra dar um OI, que se não eu viro zumbi amanhã na pós, e olha que surpresa: lay-out novo todo descoladex e essa imagem do Dia do Roque!
Gamei!
Que post maravilhoso,me fez viajar e lembrar que felizmente e sem humildade nenhuma, meu gosto musical é muito bom,porque eu lembro de 90% desses discos.Discos mesmo,porque eu ouvia todos em vinil.E outra coisa,teu pai é fodástico.
Caralho Sílvia,Oingo Boingo...Muito bom.
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